Colourama: Teresa Freitas

Teresa Freitas (Lisboa, 1990) é uma fotógrafa e colorista portuguesa que mistura os géneros de fotografia de rua, documental e arte contemporânea.

Com as suas técnicas de pós-produção características, Freitas confere às suas imagens uma qualidade cinematográfica, onde os limites entre o natural e o artificial se esbatem, dando lugar a um cenário onírico e poético. A sua série contínua, Cinematica, geralmente com apontamentos de rosa algodão-doce, explora uma estética que evoca universos digitais e o brilho suave da nostalgia. No entanto, nesta seleção curada, os visitantes podem descobrir uma inesperada vivacidade de verdes, uma mudança na paleta cromática que aproxima a exposição de um diálogo mais profundo com o mundo orgânico. Freitas aborda os seus temas com a sensibilidade de uma flâneur moderna — vagueando tanto por centros urbanos movimentados como por paisagens serenas, absorve a essência de cada lugar, traduzindo-a numa composição que é, ao mesmo tempo, íntima e universal.

O seu trabalho encontra harmonia entre o construído e o natural — sugerindo que o refúgio pode ser encontrado em ambos, que a serenidade não está ligada a um único lugar, mas existe na forma como escolhemos ver o mundo. As suas fotografias refletem uma consciência apurada da estética contemporânea, inspirando-se na cultura digital sem nunca perder o lado profundamente humano. Há um sentido de brincadeira no seu trabalho, uma leveza que espelha a experiência de entrar numa realidade alternativa — não muito distante da nossa, mas dotada de uma perfeição surreal, quase como a de um videojogo.

"Colourama" convida os visitantes a reconsiderar o que os rodeia, a ver paisagens naturais e urbanas não apenas como cenários de fundo, mas como composições vivas e pulsantes — onde cor, estrutura e emoção convergem.
Através da lente de Freitas, o mundo é simultaneamente familiar e fantástico — um lembrete de que a beleza, muitas vezes, reside na forma como a percebemos.